Adriane Moraes
4 min readDec 16, 2021
Imagem: CanvasPro

“Se os resultados não foram atingidos, há algo de errado com a empresa.”

Saiba o que pode estar influenciando.

Essa frase eu li no livro Metanóia, do autor Roberto A. Tranjan e concordo plenamente com ele. E trago alguns insights do livro que considero relevantes neste momento. Desejo uma boa leitura.

Nesta época do ano, o sentimento de frustração pode aparecer de repente ao olhar para trás e concluir que poderia ter sido diferente. O resultado ficou abaixo do esperado? Talvez faltou uma certa prudência, ou era necessário mais coragem e até mesmo perseverança. O que passou não pode ser mudado. O importante é aprender com a jornada.

O aprendizado é tão importante para não cairmos no ciclo vicioso da repetição. Um alerta: se os resultados não foram atingidos, há algo de errado com a empresa. Mas nem todo gestor encara isso com naturalidade. A busca por culpados é sempre a primeira medida. Normalmente, atribui-se ao mercado, à concorrência e outras causas fora da empresa. Isso quando “a culpa” não recai na equipe de vendas, na produção…enfim “as pessoas que não tiveram produtividade.”

Segundo o autor e na vivência prática em corporações, quando isso ocorre, a empresa está no ciclo de sobrevivência. Quais são as características deste movimento? Primeiro, o único pensamento dos tomadores de decisão é sobreviver. E todos sabemos que o mundo da sobrevivência é um mundo de escassez, pois o paradigma (modo de pensar) que não tem para todo mundo, e o que tem é para aquele que chega primeiro. Essa maneira de pensar e agir, acaba gerando uma competição acirrada tornando-se até mesmo predatória. Logo em seguida, o mecanismo de controle assume o estilo de gestão, onde nada pode ser perdido, nem desperdiçado, precisa exigir o máximo de todos com um mínimo de recursos e a conquista deve ser guardada a sete chaves. A busca pela segurança faz a empresa a tomar as mesmas decisões, ou seja, repetir a fórmula que deu certo no passado. E justamente a repetição acaba fechando este ciclo de sobrevivência.

Por mais que a inovação seja um objetivo e incentivada, há um padrão de funcionamento estabelecido que impede novas soluções. Este padrão está muito vinculado ao modelo de pensar das pessoas que nela atuam, principalmente, pelas lideranças que tomam as decisões.

Pare um minuto e reflita: o padrão estabelecido na sua organização, ele é de sobrevivência ou de prosperidade?

A principal diferença é enxergar possibilidades (abundância) e não decidir com base em probabilidades (ambiente de escassez).

Para ter um ciclo de prosperidade, é preciso compreender que num mundo de abundância tudo é possível. Quando o pensamento está na abundância, não há necessidade de competir. O sol nasceu para todos, a solidariedade toma o espaço do egoísmo. Mentes e corações estão abertos à cooperação, surgem parcerias, novas alternativas e possibilidades. O controle é substituído pelo risco, que faz parte da função empreendedora. Somente quando há disposição para riscos as chances de criar e inovar se estabelecem, em vez de repetir o passado. Pensando e agindo desta forma, a inovação completa o ciclo da prosperidade.

Para fazer a transição entre um ciclo de escassez para o de prosperidade é necessário:

1. Rever os paradigmas e os padrões repetitivos que estão gerando o ciclo vicioso de sobrevivência. Isso requer esforço de livrar-se de uma crise diária e pouco inspiradora. Questionar os velhos paradigmas e descobrir que “nós não somos limitados pelo mercado, e sim pela falta de imaginação”. Sempre haverá mercado para a empresa única e criativa que, com boas ideias de sua equipe, consegue se destacar entre as demais.

2. Evitar as distrações e concentre-se no que é relevante. Foco e concentração no negócio. Tornar a sua empresa única não significa ser a maior nem a melhor. Significa ser diferenciada aos olhos dos clientes e preferida pelo foco que ela escolheu atender. Quando se conhece o foco, todos na empresa centralizam suas atenções e esforços na mesma direção.

Dica de ouro: “Foque no cliente e deixe que ele o conduza ao futuro.”

3. Para ter foco, será preciso fazer escolhas e isso requer buscar o “hiato da excelência” unindo competências internas com as necessidades do mercado alvo estabelecido. É preciso ouvir o feedback dos clientes e escutar a equipe interna. Num constante diálogo genuíno é possível inovar.

4. Negócios são pessoas se relacionando com pessoas. Tudo gira em torno de relacionamentos. Amplie a consciência e compreenda profundamente o comportamento humano.

Sempre digo: uma empresa para prosperar precisa de alma.

Por isso 2022 pode ser um novo amanhecer para o ciclo de prosperidade e o principal objetivo do líder será o de trazer mais significado na vida das pessoas que trabalham nela e para ela. Uma empresa com alma só se constrói quando os valores mais profundos das pessoas que o executam são considerados.

Que este texto possa te inspirar a agir para novos resultados no próximo ano.

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Adriane Moraes
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Written by Adriane Moraes

Consultora de desenvolvimento e cultura de colaboração. Meu propósito é humanizar organizações a partir do presente e construindo o futuro.

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